„Ein Kaffee, Bitte“
Acho que não sou a única a ficar surpreendida de receber, além do café, um pequeno copo d’água. A primeira vista nem sabemos do que se trata aquele copo: „será água ou schnaps ?“. „Será que é para lavar a colher depois de mexer o café ?“.
A mais bela história que ouvi acerca do tal do copo d’água é muito boa: Dizem os austrÃacos, povo de grande erudição e tradição que, antigamente, nos áureos tempos de império imperador e todo resto do bolo, nos cafés os pobres e humildes que lembramos até hoje (pensadores, poetas, músicos, escritores) não tinham suficiente dinheiro para consumir durante todo o tempo que permaneciam no café. O que faziam: „Ein Kaffee und ein Glas Wasser, bitte!“; tomavam logo o café, para não esfriar e para acelerar todo exercÃcio cerebral (aliás, já existem grandes estudos sobre a influencia do café em toda criação humana) e ficavam depois horas a bebericar o copo d’água.
Anos e séculos depois, o „jeitinho austrÃaco“ se tornou tradição. Hoje, em todos os Kaffeehaus (sem excessão!) é servido com o café um copo d’água. Eu acho super essa tradição, faço parte dessa turma do „café acaba mas a vontade de ir embora não chega“. E aqui isso só piorou! Esses Kaffeehaus são dos hábitos vieneses o que mais gosto. Como queria um desses em São Paulo! Mesmo na esquina da minha casa!!! Não são lugares para tomar café da manhã ou lanchar, almocar e sair. São lugares de estar, de observar, de ler. De tomar um café enquanto lê o livro ou as notÃcias, depois, quem sabe, comer um pequeno bolo e escrever, ou simplesmente encontrar aquele amigo e botar a conversa em dia.
Esta foto é do Schwarzenberg, fica na Ringstrasse, e é, com certeza, minha maior recomendação: união perfeita entre ambiente, serviço, e paladar!!!